Semana passada eu estava calibrando os pneus do carro em uma borracharia quando um rapaz se dirigiu até mim e me pediu 2 reais para inteirar um negócio, como eu sou muito curioso perguntei o que seria o negócio, ele disse que era uma pedra de crack, eu falei que jamais contribuiria para a sua desgraça.
Ele estava com aparência de um doente mental: muito magro, sujo e agitado. As pontas dos seus dedos da mão, pretos. E ele fedia a sujeira.
Eu perguntei para ele:
- Amigo porque que você, sabendo do mal que o crack faz a sua saúde, continua usando?
ele disse que tinha muita vontade de parar mais não conseguia, a vontade de usar era mais forte que ele.
Eu continuei com as perguntas:
- É muito caro esse negócio?
Ele disse:
- Rapaz, uma pedra é 5 "conto".
- E quantas pedras você usa por dia?
Ele me respondeu que as que conseguisse durante o dia, que pode gastar até 100 reais.
Ele disse que o efeito da pedra só dura 5 minutos e quando passa, a vontade de usar outra é bem maior.
Eu perguntei:
- Como foi que tudo começou?
- A dois anos atrás. Eu comecei fumando maconha misturada com cigarro, o tal do mesclado. Depois apareceu um meladinho: crack raspado misturado com cigarro e agora estou viciado, quando falta o dinheiro para comprar fico agoniado e tenho que arranjar de qualquer forma.
É muito triste um depoimento deste não? nós só criticamos, atitude que é bom, não temos! Quando o assunto é a droga o primeiro pensamento da gente e que ele está desta forma porque ele quer, e não é verdade. Ele é um paciente e a droga é um vírus fácil das autoridades controlarem, só falta o interesse, por parte do poder público, de combater a entrada dessas porcarias em nossa cidade. Procurar os grandes contribuidores e castigá-los com força para dar exemplo aos outros, que Mossoró não aceita as droga.
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