Em toda a região do alto
oeste do Rio Grande do Norte, como também em parte do interior da Paraíba, pessoas
se preparam para se fazerem presentes na tradicional festa de São Sebastião na
pequena cidade de João Dias. Neste mês de janeiro acontece o reencontro de
famílias, parentes, amigos e conterrâneos que viveram a infância na cidade, hoje moram
distante e todo ano vão para a festa de São Sebastião.
Talvez nos dias de hoje a
festa seja diferente por conta das mudanças da atualidade, mas quem participou
das festas da década de 80 tem lembranças inesquecíveis. Famílias inteiras saiam
na escuridão da noite, a pé, dos sítios
vizinhos para a festa. Muitas vezes a chuva impedia a viagem por conta dos
riachos que não davam passagem com tanta água.
No centro da cidade
funcionava uma discoteca, a única da cidade e talvez fosse o único prédio em
toda região que tinha estrutura de primeiro andar. O ponto alto da festa era quando
soltavam os balões coloridos e os fogueiros
soltavam foguetões na tentativa de derrubar os balões, o céu ficava colorido, era um
tipo de fogo de artifício que era conhecido na época como “fogos de lágrimas”.
Nos sítios vizinhos, as
pessoas passavam até altas horas da madrugada esperando a passagem dos balões
que viajavam quilômetros de distância pela escuridão do sertão, onde a energia elétrica
era apenas um sonho.
Na época, as crianças se divertiam
em um pequeno parque e o brinquedo mais interessante era uma roda pequena que já
se chamava de roda gigante. Tinha também as canoas e um balanço que era movido
pela força dos que brincavam, quanto mais tinham força mais alto elas iam.
São tantas as lembranças boas daquela terra querida e abençoada por São Sebastião que eu precisaria de um dia inteiro para contá-las. Uma imensa saudade daquele tempo mora dentro de mim e de muitos outros que também viveram tudo isso.
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