O relator da Comissão
Especial da Câmara dos Deputados que analisa o Estatuto da Família, deputado
Diego Garcia (PHS-PR), apresentou nesta quarta, 2, seu relatório no qual
estabelece como conceito básico de família "a união de um homem e de uma
mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por
qualquer dos pais e seus filhos".
Exclui-se, portanto, o conceito de que
uma família possa ser formada por pais homossexuais.
Segundo
Garcia, o texto está "alinhado aos preceitos constitucionais e valores
morais e éticos de nossa sociedade, com o fim de garantir direitos e o
desenvolvimento de políticas públicas para a valorização da família".
O
documento também cria os "Conselhos da Família", que serão órgãos
responsáveis pela execução de políticas públicas referentes aos direitos da
família. Após a leitura do texto, o relator foi aplaudido na comissão, formada
majoritariamente por parlamentares da Frente Parlamentar Evangélica.
O
relatório diz que "nem toda associação humana é base da sociedade e nem
toda relação fará jus à especial proteção, ainda que toda comunidade, se não
contrária ao bem comum ou à lei, deva ser respeitada e faça jus à tutela geral
do Estado".
No
texto, ele defende a competência do Legislativo para legislar sobre o assunto.
"Trata-se de competência do Congresso Nacional regulamentar, para maior
eficácia, a especial proteção constitucionalmente garantida à família.
O
estatuto vem para colocar a família, base da sociedade, credora de especial
proteção, no plano das políticas públicas de modo sistemático e organizado,
como até então não se fizera.
Nada impede que os cidadãos, mediante seus
representantes políticos, advoguem pela inclusão de novos benefícios a outras
categorias de relacionamento, mediante argumentos que possam harmonizar-se à
razão pública", afirma o relator.
O
deputado até chega a abordar as uniões homoafetivas, mas desvinculando-as do
conceito de família. Para tanto, ele cria uma nova denominação, batizada de
"parceria vital", que seria o "enlace entre duas pessoas".
Essa parceria não constituiria uma família e não teria conexão com a
procriação. Serviria apenas para garantir direitos previdenciários.
Para
ele, porém, o texto não reforça a homofobia. "O projeto de lei não exclui
ninguém, ele valoriza a família, base da sociedade, e cria algo inovador,
porque, desde 1988, o Congresso Nacional vinha se calando, se omitindo a
respeito da família. "E hoje estamos dando um grande avanço com essa discussão",
disse.
A proposta é de autoria do
deputado Anderson Ferreira (PR-PE) e tramita na Casa desde 2013. Neste ano,
porém, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu criar uma
comissão especial para tratar do assunto, o que, na prática, faz acelerar sua
tramitação.
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