A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS),
Margaret Chan, disse ontem (02) que o surto do vírus ebola está se expandindo
mais rapidamente do que os esforços para controlá-lo. “Se a situação continuar
a piorar, as consequências podem ser catastróficas em termos de perda de vidas
e também socioeconômicos, e há riscos de propagação para outros países”,
alertou.
As declarações foram feitas em pronunciamento na capital
da Guiné, Conacri, em reunião de emergência com os presidentes da Guiné, da
Libéria e de Serra Leoa para elaboração de um plano de combate à epidemia.
Segundo a diretora, este surto é de longe o maior da história de quase quatro
décadas da doença, tanto em número de casos (1.323), quanto de mortes
registradas (729).
A diretora da OMS adiantou que alguns países terão que
impor restrições de locomoção e para reuniões públicas, dependendo da situação
epidemiológica. “Correntes de transmissão podem ser quebradas”, ponderou. Para
ela, a reunião de hoje deve marcar um ponto de mudança na resposta ao surto. A
OMS já havia anunciado apoio financeiro de US$100 milhões para combater a
epidemia.
Margaret destacou que a doença está ocorrendo em áreas
com maior movimento populacional, e tem demonstrado sua capacidade de se
espalhar por meio de viagens aéreas. Casos estão ocorrendo em áreas rurais de
difícil acesso, mas também em capitais densamente povoadas.
Além disso, o surto está afetando um grande número de
médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, um dos recursos mais
importantes para conter um surto. Até o momento, mais de 60 profissionais de
saúde morreram depois de trabalhar com pacientes infectados pelo vírus ebola.
Para Margaret Chan, apesar da inexistência de uma vacina
ou terapia curativa, os surtos de ebola podem ser contidos com a detecção
precoce e isolamento dos casos, com o rastreio dos infectados e procedimentos
rigorosos de controle de infecção. Ela destacou que o início rápido do
tratamento aumenta as chances de sobrevivência.
O vírus ebola é transmitido por contacto direto com o
sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados. Os principais
sintomas são hemorragias, vômitos e diarreias. A taxa de mortalidade da doença
varia entre 25 e 90%. Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma uma
epidemia de ebola na África Ocidental, até agora sempre registadas em países da
África Central.
*Com informações da OMS e da Agência Lusa
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