Os debates sobre a tramitação
da proposta de redução da maioridade penal dominaram a sessão solene pelo
aniversário de 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na manhã
de terça feira no Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados.
Depois
do discurso do deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS), proponente da
sessão, que alinhou dados sobre a infância no Brasil, onde “10 adolescentes são
mortos por dia”, os demais oradores lembraram com críticas o resultado da
última votação sobre a maioridade penal.
De
acordo com Marchezan, o Brasil “ocupa o terceiro lugar entre os países que mais
registram mortes de pessoas entre os 15 e 18 anos”. Ele ressaltou que “não há
como atingir a tão almejada igualdade” se não houver a proteção do jovem e, nesse
sentido, o estatuto é “o arcabouço dos Direitos Humanos da criança”.
Embora
muito ainda precise ser feito, segundo o parlamentar, já foram dados passos
importantes para a proteção da infância, como a proibição do castigo físico.
Marchezan alertou, porém, que a violência sexual é a segunda no número de casos
de violência contra crianças no Brasil. “Na maioria dos casos, a cena do crime
é a própria residência da vítima”, afirmou.
Reeducação
O
líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), disse que o ECA “precisa sair do
papel para a vida” e ressaltou que a melhor homenagem ao estatuto seria “barrar
a redução da maioridade penal”. Alencar contou já ter sofrido um assalto
violento, com estupro de pessoa entre as vítimas e com pelo menos um
adolescente entre os assaltantes: “Eu perguntava o motivo da violência, já que
estávamos totalmente dominados.
Eles respondiam que faziam o que tinham sofrido
na cadeia. É isso o que estaremos oferecendo aos nossos jovens se formos
colocá-los nos presídios. O passaporte para o futuro é a educação, não a
cadeia”.
Já
o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), citou um dos dados apresentados por
Marchezan Junior – 1/3 dos adolescentes entre 15 e 17 anos estão fora das
escolas – com um fator alarmante, mas atacou a redução da maioridade penal. “Se
a pena é branda, vamos discutir a pena e não a redução da maioridade”,
argumentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário